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De cães “anti-contágio” a drones para encontrar plantas doentes, ao passar por enxertos para salvar oliveiras centenárias, pesquisas de laboratório para estudar novas variedades resistentes ou a busca incessante pelo inseto vetor que espalha a Xylella fastidiosa. Todos estes compõem o primeiro mapa de medidas implementadas para prevenir a transmissão desta bactéria em Itália e que foi apresentado pela organização Coldiretti em Bari, dez anos após a sua chegada ao país transalpino.
Outro dos objetivos no combate à Xylella é impedir a propagação do inseto vetor que transporta a bactéria de uma planta para outra e que tem a sua difusão máxima entre a primavera e o verão. Nesse sentido, a organização italiana considerou a limpeza e a desinfestação essenciais para destruir as novas gerações de insetos que cada vez mais transmitem a doença ao norte da Puglia, em direção às fronteiras com outras regiões da Itália.
E se os primeiros enxertos com variedades resistentes foram feitos para salvar as oliveiras centenárias a fim de reforçar as defesas desses gigantes da história, a pesquisa também está voltada, segundo Coldiretti, para a experimentação em ambientes protegidos e isolados de o exterior a capacidade de reação às bactérias de algumas variedades de azeitona, para além das já identificadas, que são o leccino e o FS17.
“A propagação da Xylella está em tal estado que não é possível erradicar a bactéria, mas temos de conviver com ela. Não podemos mais falar de uma emergência, mas de uma vida cotidiana dramática, que torna necessário desenvolver estratégias de contenção e monitoramento cada vez mais eficazes. É necessária uma mudança decisiva de ritmo, foco e visão na sua luta para evitar os riscos de uma progressão mais rápida”, afirmou o presidente da Unaprol, David Granieri, ao considerar necessário assegurar a coordenação, execução, monitoramento e gestão tanto das medidas de luta contra as doenças das plantas como das compensações dos olivicultores.
O grupo de trabalho canino “anti Xylella”, como explicou Coldiretti, é formado por dois jack russels, um pastor-belga-malinois, um scent hound, um labrador retriever e um springer spaniel inglês, que estão a concluir o seu treinamento para depois serem implantados em portos, aeroportos e viveiros, com a finalidade de detectar plantas infetadas pelo cheiro, para que sejam bloqueadas antes de atingirem as fronteiras nacionais ou serem comercializadas.
Para esta organização italiana, a rapidez de intervenção nos surtos é um elemento fundamental para evitar a propagação da doença. Por esse motivo, referiu-se também à implementação de um dispositivo portátil para o diagnóstico simultâneo da presença e da replicação ativa da bactéria em tecidos vegetais e insetos vetores, de forma a isolar imediatamente a oliveira infetada.
Além de agricultores, especialistas, cientistas, dispositivos rápidos e a força-tarefa canina em terra, a força aérea “anti-Xylella” também entrou em ação com o projeto de pesquisa Redox (Remote Early Detection of Xylella), financiado pelo Ministério de Desenvolvimento Económico e coordenado pelo Distrito Tecnológico Aeroespacial (DTA), graças ao qual imagens aéreas adquiridas por drones com sensores hiperespectrais e térmicos de plantas infetadas serão processadas para a identificação precoce de focos antes mesmo da manifestação de sintomas, conforme especificado Coldiretti. Este projeto visa, como referiu, a estudar os olivais de cima e identificar os primeiros sinais da doença.