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Um novo benefício é somado ao azeite virgem extra: a capacidade de deter uma infeção gástrica causada pela bactéria Helicobacter pylori que, com o tempo, causa inflamação, gastrite crónica, úlceras e cancro gástrico, segundo informa a Universidade Nacional de San Luis (Argentina).
“O azeite é muito consumido e já provou ter vários benefícios para a saúde. Escolhemo-lo porque é produzido em grande quantidade na região, tem conhecidos benefícios cardiovasculares e, por sua vez, pode ser consumido na alimentação diária e é diferente de um medicamento”, destacou a especialista.
Com o consumo de azeite em particular, a inflamação que aparece como resultado da bactéria pode ser inibida ou evitada. Os testes também foram feitos com óleo de girassol, mas os resultados foram negativos.
A investigadora concentrou-se no hidroxitirosol e na oleuropeína, mas, por sua vez, o azeite também foi analisado com todos os seus compostos químicos juntos. “Com o azeite virgem extra vimos uma inibição maior do que com os compostos sozinhos”, disse Arismendi Sosa.
Obtidos esses resultados, os testes começaram a ser feitos em ratos-domésticos, nos quais ocorria uma infeção crónica do microrganismo e eram alimentados diariamente com azeite virgem extra. Com essas experiências, foi determinado que esses animais poderiam resolver a infeção gástrica em comparação com outros que não receberam azeite na dieta.
Por meio de experiências de laboratório, foi determinado que o azeite não apenas expulsa as bactérias do corpo e interrompe a infeção, mas também que causa a sua morte.
A cientista fará uma estadia científica no Canadá, onde investigará novas formas de inibir o Helicobacter pylori. O objetivo futuro é reaproveitar os compostos da olivicultura que são residuais das indústrias, mas que possuem propriedades químicas importantes.
Esta pesquisa faz parte do pós-doutorado da Dra. Andrea Celeste Arismendi Sosa, que tem vindo a estudar esta bactéria associada a doenças gástricas e extragástricas.
O objetivo científico inicial era encontrar compostos de origem natural que interrompessem a infeção gástrica pela bactéria que geralmente é adquirida na infância, cujos sintomas começam a se manifestar na pessoa adulta. “A infeção produz uma inflamação local e uma resposta imune sistêmica que não consegue erradicar a bactéria, portanto ela persiste no mesmo nicho por grande parte da vida do hospedeiro”, destacou a investigadora.
O centro de ensino argentino especificou que a presença do Helicobacter pylori gera uma inflamação crônica, por isso o objetivo era encontrar compostos que não só eliminassem o microrganismo, mas também reduzissem a inflamação que ocorre na mucosa gástrica.
Conforme já explicado, as primeiras células imunológicas a serem ativadas durante a infeção são os mastócitos, que se desgranulam, libertando assim diferentes fatores e enzimas que provocam a infiltração de outros tipos de células e, portanto, a inflamação. Como os mastócitos são células que se ativam e produzem a libertação de diferentes compostos que atraem outras células inflamatórias. O objetivo era procurar algo que ajudasse a eliminar o microrganismo e, por sua vez, bloquear essa resposta inflamatória primária.