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Uma equipa de cientistas da Universidade de Granada (UGR) demonstrou as propriedades benéficas de uma pasta de dentes formulada à base de azeite virgem extra, xilitol e betaína, para reduzir a formação de biofilme dental e do sangramento causado pela gengivite em comparação com uma pasta placebo e outra comercial anti gengivite.
Este estudo é o primeiro ensaio clínico multicêntrico, aleatório, duplo-cego e controlado que avalia as alterações clínicas de sangramento gengival, biofilme dental, fluxo salivar e pH salivar, de uma pasta de dentes feita com um produto natural, azeite virgem extra, como ingrediente principal.
A principal descoberta desta investigação foi a redução na taxa de sangramento gengival em pacientes que utilizaram a pasta de dentes teste em comparação com o placebo. Esse resultado, segundo a UGR, pode ser atribuído a múltiplos mecanismos biológicos. Na sua opinião, deve-se ter em consideração o efeito combinado dos vários compostos fenólicos (hidroxitirosol, oleocanthal, oleacea, ácido maslínico…) e outros componentes minoritários, especialmente presentes nos azeites virgem extra de colheita precoce.
A alcalinização do ambiente inibe a ativação do sistema pró-inflamatório do inflamassoma NLRP3, que postula a modulação do pH do ambiente como um regulador da inflamação e o seu potencial como uma nova terapia anti-inflamatória. “A pasta de dentes teste foi capaz de aumentar o pH salivar para um pH levemente alcalino de 7,5 em média, sendo este o pH mais favorável para a eubiose oral. Acreditamos que incorporar um produto que alcaliniza o microambiente bucal numa pasta de dentes é uma novidade que contribui para essa eubiose”, explicou o principal autor deste trabalho, Francisco Mesa Aguado, professor de Periodontia do Departamento de Estomatologia da UGR.
A sua investigação, publicada na revista Scientific Reports, fornece novas evidências científicas das propriedades saudáveis do azeite virgem extra para a saúde bucal em geral e para a saúde das gengivas em particular.
De acordo com a UGR, até o momento existem poucos ensaios clínicos que avaliem a eficácia de pastas de dentes à base de plantas no tratamento da gengivite e há apenas um artigo que compara a atividade antimicrobiana in vitro de uma pasta de dentes feita com extrato de azeitona.
A hipótesis dos cientistas da UGR é que uma pasta de dentes com produtos naturais, à base de extratos de azeite virgem extra, poderia atuar de forma mais eficaz nas variáveis periodontais e salivares em comparação com um placebo e uma pasta anti-gengivite comercial. O objetivo deste ensaio clínico foi determinar num grupo de pacientes com gengivite os efeitos sobre sangramento gengival, biofilme supragengival, fluxo e pH salivar de uma pasta de dentes com azeite virgem extra, xilitol e betaína, em comparação com dois grupos controle, um placebo e outro com uma pasta de dentes comercial indicada para gengivite.
Para isso, um ensaio clínico de quatro meses foi desempenhado e observou-se que a pasta de dentes à base de azeite virgem extra, xilitol e betaína gerou os melhores resultados em pacientes com gengivite em termos de diminuição do sangramento gengival, biofilme supragengival e aumento do pH no espaço de quatro meses em comparação aos dois grupos de controle.
A pesquisa foi realizada pelo grupo de pesquisa CTS 583 pertencente ao Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da UGR em colaboração com o Distrito Sanitário Metropolitano-Granada do Serviço de Saúde da Andaluzia e financiado pela empresa nacional Mucosal Innovations dentro de um contrato empresa-universidade através do OTRI da UGR.